Acusado irá responder pelos crimes em liberdade
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul aceitou as denúncias realizadas pelo Ministério Público (MP) contra o suspeito de aplicar o golpe do namoro em Farroupilha e outras cidades da Serra Gaúcha.
A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 27, e a partir de agora o homem passa a ser réu e irá responder por dois processos de estelionato que tramitam em Farroupilha e Guaporé.
No dia 7 de junho o Ministério Público denunciou o envolvido por ter enganado uma mulher com quem manteve um relacionamento em Farroupilha. A vítima relatou ter perdido cerca de R$ 80 mil. Uma semana depois, o MP apresentou uma nova denúncia, desta vez em Guaporé, também por estelionato contra outra jovem.
Além dos casos de Farroupilha e Guaporé, o réu foi indiciado por estelionato pela polícia em Caxias do Sul, onde o inquérito ainda aguarda análise do MP. Na cidade, o investigado teria lesado uma mulher em cerca de R$ 60 mil.
Entenda o caso
Conforme a delegada Thais Norah Sartori Postiglione Peteffi, o homem dizia ser tenente da marinha e nutricionista de hospitais de Caxias do Sul e Porto Alegre. Na oportunidade, o suspeito pedia dinheiro para mulheres com quem mantinha relacionamentos. “A gente comprovou que ele nunca foi médico e nem trabalhou no hospital onde dizia ter trabalhado. Juntamos todos os comprovantes de depósitos que a vítima fez para ele. Ele mentia dizendo que precisava de ajuda financeira para pagar tratamento neurológico”, afirmou.
Segundo o boletim de ocorrência registrado por uma das vítimas, o relacionamento com o investigado começou em uma academia em Caxias do Sul. A mulher relatou as autoridades que teria se afastado da própria família por pressão do rapaz, sendo induzida ao erro pelas histórias que ele contava. A vítima alegou ter perdido aproximadamente R$ 80 mil.
Uma segunda mulher, que não denunciou o caso à polícia, também relatou que foi lesada em cerca de R$ 30 mil, além de ter bancado financeiramente o investigado, durante o relacionamento que durou oito meses, no ano de 2017. Os casos têm um ponto em comum; começaram através de aplicativos de namoro e redes sociais.
De acordo com a polícia, outras pessoas que se dizem vítimas do investigado são proprietários de uma academia que ele frequentava gratuitamente. O indivíduo se inscreveu para treinar no local, alegando estar passando por uma seleção como atleta da Marinha. Durante os treinos, os donos acabaram criando uma relação próxima com ele.
No entanto, a desconfiança começou quando a suposta seleção havia sido cancelada e as competições eram sempre adiadas. “Quando descobrimos, eu falei com ele por mensagem: Você tem noção do estrago emocional e financeiro que fez na nossa vida?”, relatou a dona do empreendimento.
Em nota, sua defesa afirmou que o réu só irá se manifestar nos autos dos processos. O acusado responde pelos crimes em liberdade.