Ele foi o quinto entrevistado do podcast Espelho Musical
O podcast Espelho Musical explora a influência da música do Rio Grande do Sul e da Bahia no processo de composição das trilhas sonoras, exibidas em telenovelas durante a década de 1980, ponto ápice na consolidação de artistas e bandas, que conquistaram novos horizontes a partir deste espaço cultural. A produção é do comunicador e repórter da Rádio Spaço FM, Gabriel Marchetto. O entrevistado deste quinto episódio é o músico e compositor paulista, Guilherme Arantes, autor de mais de 20 trilhas de novelas.
Durante o painel, ele destacou a importância do piano em sua trajetória musical. “Comecei aos cinco anos de idade, com um cavaquinho. Peguei diversas referências durante este caminho. Nossa casa era muito cultural, visto que, aos sete, comecei as aulas de piano. Uma das minhas fortes inspirações naquela época foi o Ray Charles, e anos depois, os Beatles”, frisou. Ele também abordou sobre a evolução da Bossa Nova e a ascensão dos festivais. “Tinha um tio que trabalhava na Record, pude acompanhar de perto os grandes nomes da nossa música popular. Junto com o futebol, era o nosso diferencial”, afirmou.
Questionado acerca do papel da teledramaturgia em sua vida, Arantes salientou que sua carreira foi consolidada nas trilhas sonoras. “Na década de 1970, após o A-I5, o pessoal só cantava baladas em inglês. No final de 1975, ainda tínhamos essa imposição de cantar em outro idioma. Sempre deixei claro que só iria cantar em português. Me compararam ao Elton John, fui descoberto e lancei Meu Mundo e Nada Mais, tema de Anjo Mau, em 1976”, lembrou.
Ele reforçou que, a partir deste momento, sua história mudou completamente. “Foi um grande estouro, que abriu todas as portas. Amarrei vários sucessos em sequência. Em 80, na Baila Comigo, tive a música Deixa Chover, e aí vieram tantas outras, que me deram cara de noveleiro. Eu casava com os personagens, minhas canções combinavam com as peças. Amanhã no Dancin’ Days, Um dia Um Adeus, na novela Mandala. A novela foi uma espécie de Hollywood para as minhas composições”, destacou.
Em recente post nas redes sociais, o artista fez um panorama sobre as críticas, onde afirmou ser um ser humano incompleto, mas em constante transformação. Questionado sobre a influência dos críticos, o músico relatou que a energia e emoção do público sempre foram maiores do que alguns comentários. “Não tem preço que pague, cada show é uma experiência única. É claro que, o jornalista também escreve letras de músicas, ele queria estar ao meu lado. Um diretor de gravadora que toca piano, a mesma coisa. Acho que todas essas questões vêm da admiração. Eu consegui um conceito muito bom, com uma carreira limpa, sem política ou fins ideológicos. Sou admirado por diferentes pessoas e comunidades”, concluiu.