Quadrilha teria feito mais de 20 vítimas através do chamado “golpe do motel”
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta segunda-feira, 11, uma operação contra suspeitos de aplicar o chamado “golpe do motel”. Eles teriam feito mais de 20 vítimas na Região Metropolitana e na Serra gaúcha. Duas pessoas foram presas.
Sob comando da 3ª DP de Canoas, coordenada pela delegada Luciane Bertoletti, a ofensiva decorre de uma investigação iniciada em fevereiro. Na ocasião, um homem relatou que estava sendo ameaçado por criminosos, que teriam informações sobre um possível caso extraconjugal dele com uma garota de programa.
Ainda segundo o relato do homem, durante troca de mensagens, o grupo encaminhava fotos e vídeos em que ele aparecia saindo acompanhado de um motel. Também era exigido o montante de R$ 8 mil para não divulgar o conteúdo.
A investigação apontou que os criminosos escolhiam, principalmente no horário da tarde, motéis caros e determinados modelos de veículos de luxo. A partir daí, eles realizavam campanas em frente aos estabelecimentos e faziam registros fotográficos e gravações do momento da entrada ou da saída da vítima.
Os suspeitos descobriam informações pessoais dos alvos, como números de telefone, possivelmente através de aplicativos ilegais e compra de dados. Como se isso não bastasse, o grupo também usava redes sociais para buscar detalhes da família das vítimas.
A apuração policial ainda identificou casos em que os criminosos se passaram por detetives particulares, alegando que cônjuges das vítimas os tinham contratado para descobrir eventuais traições. Os falsos investigadores também cobravam dinheiro para supostamente não revelar as idas escondidas aos motéis.
O delegado regional Cristiano Reschke alerta para que, em caso de extorsões, não sejam feitos os pagamentos exigidos, pois isso inauguraria novos ciclos infinitos de ameaças. Ele enfatiza que ocorrências do tipo devem ser encaminhadas imediatamente a registro, sendo garantido o sigilo.