Grupo de entidades aceitam aumentar imposto como “remédio menos amargo”, enquanto outras reforçam tom contrário e cobram que governo corte despesas
O projeto de aumento do Icms de 17% para 19% está dividindo a classe empresarial do Rio Grande do Sul. A Assembleia Legislativa deve votar até a metade de maio a proposta do governo.
Além do aumento no imposto, o projeto tem medidas para compensar o reajuste e questões como regularização tributária. O governo espera que as mudanças contemplem as entidades que manifestaram interesse em debater o aumento do Icms. Partes da cadeia produtiva do estado consideram que elevar a tributação é “remédio menos amargo” do que os cortes de incentivos fiscais propostos por Eduardo Leite como “plano B”.
O presidente da Cics Serra, Daniel Bampi, comenta que os decretos de cortes de incentivos prejudicariam mais a economia do estado do que o aumento do Icms. “Nas conversas com o governo do estado, ficou muito claro que a partir do dia 1° de abril nós já estaríamos pagando muito mais impostos, principalmente nos produtos da cesta básica. Por isso a gente tomou uma ação em um grupo, chamamos secretários de estado, porque a gente viu que esse caminho é muito danoso para o Rio Grande do Sul. Nenhum outro estado da nação tributa a cesta básica”, opina.
Já o presidente do Sindilojas Farroupilha e vice-presidente de Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Sul (Fercomércio), Cladir Bono, reforça que jamais concordará com qualquer aumento, uma vez que estudos indicam que o estado não está perdendo receitas. “O Icms está acompanhando a inflação, e um pouco mais. O que não está acompanhando a inflação são as despesas, que aumentam mais. O nosso governador tem que fazer o dever de casa dele, tem que enxugar a máquina, ver o que tem de excessos”, reforça. Bono também critica as entidades que passaram a aceitar o aumento do Icms.
Confira as manifestações no áudio abaixo: