Governo justificou que equipamentos não seriam necessários
O governo Lula dispensou oferta de ajuda do Uruguai por lanchas, um avião e drones para auxiliar no resgate às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Após pedido de ajuda ao país vizinho por parte do governador Eduardo Leite no sábado, 4, o governo uruguaio autorizou o empréstimo dos equipamentos. No entanto, segundo o jornal Folha de São Paulo, houve negativa por parte do governo federal brasileiro, sob o argumento de que os equipamentos não eram necessários no momento.
A solicitação de Leite ao Uruguai envolvia o empréstimo de duas lanchas motorizadas, com as suas tripulações, dois drones para busca de pessoas em situação de isolamento, com os respectivos operadores uruguaios, e de um avião de transporte para levar as lanchas às regiões afetadas, e que também poderia ser usada para transportar doações humanitárias que estão sendo recolhidas no Uruguai.
Em nota, o ministério da Defesa disse que o Comando Militar Conjunto “declinou da oferta da aeronave por restrições de pistas disponíveis para pouso em Porto Alegre”. A manifestação esclarece que o Brasil possui uma aeronave KC 390 que atende a necessidade dos transportes, pois pousa em pista menor e transporta maior carga. Também é ressaltado que o trabalho de resgate e apoio humanitário vem sendo feito com 243 embarcações e drones das Forças Armadas.
À Folha de São Paulo, o secretário-executivo do governo gaúcho, José Henrique Medeiros Pires, rebateu a argumentação de que as lanchas não seriam necessárias. Mesmo que não houvesse necessidade imediata, ele ressalta que as embarcações seriam importantes. “Eu prefiro ter o equipamento lá caso precise do que precisar e não ter porque alguém achou que não era necessário”. Pires também ressaltou que há outros aeroportos operacionais no Rio Grande do Sul com condições de receber a aeronave uruguaia.
A Argentina também ofertou ajuda ao Rio Grande do Sul. O Ministério das Relações Exteriores argentino disponibilizou uma brigada de 20 militares e cães da Polícia Federal argentina, especialistas em logística da equipe de assistência humanitária do Estado, um avião para transporte de pessoas ou cargas, três helicópteros para retirada de pessoas de áreas afetadas, uma equipe móvel de saúde, mergulhadores táticos da Marinha local, engenheiros de barco e pastilhas para purificar água.