Ronaldo Behenck Justo era acusado de cárcere privado e formação de quadrilha
O advogado Carlos Alberto Sandoval informou à Spaço FM na noite desta sexta-feira, 13, que seu cliente, Ronaldo Behenck Justo, foi absolvido de todas acusações no júri sobre o sequestro e morte do casal Lonia Gabe, 67 anos, e Antônio Celestino Lummertz, 59. Ronaldo era acusado de cárcere privado e formação de quadrilha.
O júri popular foi realizado em Taquara e durou dois dias. Conforme Sandoval, os réus Marli Machado Martins foi condenada a 97 anos de prisão e Valdir Ribeiro de Carvalho recebeu uma pena de 66 anos de reclusão, ambos em regime fechado. Além de Ronaldo, outros três réus também foram absolvidos.
Crime:
Lonia e Lummertz moravam em um sítio na cidade de Vale do Sol. O sequestro ocorreu na noite de 2 de fevereiro de 2014, por volta das 22h. A Polícia Civil foi informada sobre o desaparecimento na manhã seguinte, por meio de uma sobrinha de Lonia.
As vítimas foram levadas para uma casa em Rolante e mantidas em cárcere privado por cinco dias. Depois, foram estranguladas e tiveram os corpos incinerados.
No local onde o casal foi mantido refém, a polícia encontrou, enterradas no pátio, peças do carro que pertencia ao casal, anéis e outros pertences de Lonia, além do componente da perna mecânica usada pelo idoso.
Motivação
A mandante do crime foi identificada como Marli Machado Martins. Conforme o Ministério Público, Lummertz havia sido testemunha de um homicídio praticado por Marli em Torres em 1999. Ela foi condenada a mais de 12 anos de prisão pelo assassinato do cunhado, mas respondia em liberdade. Conforme a Polícia Civil, o objetivo era herdar o dinheiro do seguro dele, avaliado em R$ 200 mil. O autor do homicídio seria um homem indicado por Lummertz, que tinha conhecimento do plano.
Para tentar reverter sua condenação em júri popular, a mulher planejou as mortes do casal. No cativeiro, Lummertz foi obrigado a escrever, de próprio punho, uma carta na qual ele a inocentava da acusação e assumia a autoria do crime pelo qual ela havia sido condenada.
Após escrever a carta, ele foi forçado a gravar um vídeo em que reproduzia de viva voz o conteúdo da carta, em cenário montado na casa de Marli. Posteriormente, foi levado até um tabelionato na cidade de Osório, onde foi coagido a reconhecer firma em um documento manuscrito em que declarava ter escrito a carta e gravado o vídeo por livre e espontânea vontade e sem ter sofrido qualquer tipo de pressão.
Após o registro da carta, Lummertz e Lonia foram estranguladas e os corpos foram queimados dentro de uma geladeira no quintal da casa, durante 14 horas. Depois, as cinzas foram jogadas às margens da ERS-474.
Prisões
Seis pessoas foram presas e denunciadas pelo Ministério Público ainda em 2014: Marli Machado Martins e Valdir Ribeiro de Carvalho, além de Michele Martins Justo, Isaías Borges Zvoboda e os farroupilhenses Ronaldo Behenck Justo e Anderson de Oliveira Cardoso.