Iniciativa tem apoio do MobiCaxias
Os voluntários da Câmara de Infraestrutura do Mobicaxias e do grupo de trabalho Porto Meridional realizam uma prestação de contas e perspectivas para implementação do projeto do porto de águas profundas em Arroio Do Sal. Com foco na redução dos custos de logística do RS, que atualmente são elevados, o diretor da DTA Engenharia, Daniel Kohl defende a viabilidade da nova estrutura. “Ainda estamos no começo dos estudos ambientais. O termo de referência do Ibama é bastante rígido. Trata-se de uma área já bastante antropisada (com presença humana), com condições de acesso para ter uma via direta ao novo porto. Impactos ambientais e o cuidado com a comunidade local serão tratados nos estudos ambientais”, afirma Kohl.
A MobiCaxias estima que empresas da região gastam entre 4% e 5% de suas receitas com transporte, enquanto uma melhor infraestrutura poderia reduzir essa cifra quase à metade. Presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura (CâmaraLog), Paulo Menzel avalia que o custo acumulado de todos os setores da economia gaúcha com logística alcança 21,5% do PIB, contra um índice de 19% em São Paulo, por exemplo. Uma das formas de reduzir esse patamar seria melhorar a infraestrutura estadual por meio de mais investimentos, na sua avaliação.
O prefeito de Arroio do Sal, Affonso Flávio Angst, afirma que já se percebe um impacto inicial da possível instalação do Porto Meridional na cidade mesmo antes de sua construção. “Estimamos que, desde quando começaram as discussões sobre um porto na nossa cidade, de 2020 para 2021, houve uma valorização média de cerca de 30% no preço dos imóveis”, revela Angst. Conforme o Ibge, Arroio do Sal tem hoje cerca de 11 mil habitantes e cerca de R$ 100 milhões em receitas anuais. Para confirmar os possíveis investimentos, porém, o município também tem de fazer um dever de casa.
Hoje sem tratamento de esgoto, a cidade precisa encaminhar uma solução para esse problema e assim ter permissão de alterar o zoneamento de seu Plano Diretor para prever legalmente a possibilidade de instalar um porto. “Estamos finalizando um estudo e um convênio com a Aegea e o Ministério Público Federal para estabelecer um cronograma de implantação do tratamento de esgoto, a fim de começar a operação do sistema até 2028. Temos um acordo bem encaminhado”, garante o prefeito.