Na CPI da Saúde, superintendente alegou dificuldades estruturais e confirmou o encerramento da especialidade
A superintendente do Hospital Pompéia, Lara Sales Vieira, confirmou nesta segunda-feira, 30, na CPI da Saúde, na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, o encerramento dos serviços da maternidade da instituição no dia 31 de dezembro.
Lara Sales alegou dificuldades estruturais e de custeio. Explicou que, em 2022, o balanço da organização ficou no saldo negativo de R$ 2,2 milhões, cujo prejuízo teve de ser coberto pela mantenedora, o Pio Sodalício. “Todo hospital filantrópico é deficitário. Mesmo assim, temos mantido em dia tributos e fornecedores. Em dados momentos, chegamos a atingir 150% de uso da capacidade instalada”, comentou.
A gestora explicou que o Pompéia é privado e integra uma rede complementar aos serviços públicos, na condição de filantrópico, cujos 60% dos serviços se destinam para o ente público. Informou que o contrato vigente com o poder público estipula o total de R$ 85,6 milhões por ano, o que abrange diversos tipos de práticas da saúde. Lara Sales reclamou, ainda, da defasagem na tabela de repasse do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja correção, segundo ela, não acontece há, pelo menos, 18 anos.
De acordo com a superintendente, o hospital flexibilizou o máximo que pôde no que chamou de compromisso social. “O contrato prevê a possibilidade de encerrar o fornecimento da especialidade materno-infantil 180 dias após a notificação. O Pompéia aceitou prolongar por mais um ano. Ou seja, sem contrapartida a mais do que o previsto, houve um acordo para manter os trabalhos por mais um ano e meio”, explicou. Ela afirmou que, ao término da prestação do referido tipo de atendimento, em 31 de dezembro deste ano, haverá o compromisso de repassar ao órgão hospitalar que assumir a demanda a aparelhagem da unidade, que será fechada.
O presidente da CPI da Saúde, vereador Rafael Bueno, comentou sobre o caso no programa Fim de Expediente desta segunda-feira, 30. Confira a entrevista no áudio abaixo.