Caso foi registrado pela Delegacia de Polícia Civil
O síndico do Residencial Alvorada I foi preso na manhã desta segunda-feira, 12, após uma investigação desencadeada pela Delegacia de Polícia Civil de Farroupilha. De acordo com o delegado Éderson Bilhan, a operação iniciou por volta das 6h30 após um ano e meio de investigações. Bilhan contou que foram 8,767 mil condutas passíveis de serem enquadradas como crimes. “Uma série de moradores começaram a procurar a polícia, relatar diversos passos, ameaças, constrangimentos”, ressaltou. Bilhan comentou que o síndico, de 44 anos, é suspeito de cometer crimes de ameaça, constrangimento ilegal, apropriação indébita, perigo para a vida ou saúde de outrem, falsidade documental, uso indevido de símbolos de órgãos da administração pública, exercício arbitrário das próprias razões e extorsão, além de cobranças indevidas de água. A investigação apurou que o síndico construiu este poço artesiano clandestino no residencial, sem qualquer autorização sanitária, ambiental, entre outras, desta forma fornecia, em nome do condomínio, esta água a todos os condôminos, portanto, resta evidente a exposição à vida ou a saúde dos moradores a perigo direto e iminente, e exigindo taxas de serviço de prestação de água como se fosse a Corsan que estivesse fornecendo. Ele também cortava o abastecimento de forma ilícita sem estar nas regras do condomínio.
O delegado explicou que foram cumpridas cinco ordens judiciais que culminaram na apreensão de cinco veículos, bloqueios de bens, além de uma casa na praia de Arroio do Sal, totalizando cerca de R$ 500 mil. Ainda segundo o delegado, o indivíduo havia criado uma empresa de vigilância em nome de sua esposa em 2018 e de um dia para o outro aumentou as taxas cobrando valores exorbitantes dos condôminos. “O investigado ostentava um patrimônio incompatível com a renda originalmente declarada”, salientou. Após assumir a gestão do condomínio, o suspeito criou esta empresa de zeladoria, portaria e limpeza e passou a prestar serviço ao próprio condomínio. Ainda de acordo com a investigação, o suspeito era o síndico, recebia honorários por isso, a empresa que presta serviço do condomínio pertence a sua esposa, mas na prática os indícios apontavam que era ele quem administrava, recebia do condomínio R$ 36.370,35 mensais com fortes indícios de superfaturamento, e ele também empregado da empresa da esposa recebia R$ 1.626,00 mensais. Desta forma a delegacia concluiu que o suspeito se auto remunerava de diversas formas, tendo como única fonte o condomínio que ele administrava.
O investigado teria movimentado desde 2015 cerca de R$ 2 milhões neste esquema ilegal. Ainda segundo Bilhan, o investigado foi preso preventivamente e encaminhado ao presídio. Ele e o subsíndico foram afastados dos cargos. O residencial possui cerca de 320 apartamentos divididos em 16 blocos. Ao final, Bilhan divulgou o WhatsApp para denúncias sobre este caso (54) 9 9940-0532.