Reunião feita nesta segunda-feira não contou com a presença da administração municipal, que se colocou à disposição para encontrar alternativas
O Santuário de Nossa Senhora de Caravaggio solicita fiscalização da prefeitura para evitar conflito entre indígenas e ambulantes. Conforme a reitoria, os constantes desentendimentos registrados nos finais de semana tem causado revolta e a necessidade de providências. Desta forma, a instituição convocou uma reunião de emergência nesta segunda-feira, 26. Na oportunidade, o reitor, padre Ricardo Fontana se reuniu com o 1º Tenente Stassak, comandante da 1ª Companhia do 36º Batalhão da Brigada Militar (36ºBPM), soldado Guilherme da Polícia Comunitária de Caravaggio e integrantes da Força Tática, para discutir uma saída para o impasse. Fontana ressalta que a prefeitura foi convidada, mas não enviou representantes.
No entendimento da Brigada e do Santuário, o poder público municipal precisa realizar uma fiscalização permanente nos finais de semana, uma vez que os ambulantes ocupam a Esplanada do Santuário para vender objetos como balões, algodão doce, fitinhas e outras mercadorias. Essa ação está gerando incômodo aos indígenas, que estão em um espaço demarcado em comum acordo entre o Poder Público Municipal, Santuário, Promotoria Pública Federal e Caciques das tribos, para a venda de seu artesanato. Já os ambulantes avançam no pátio e, ao serem abordados pelos seguranças do Santuário, agem com intransigência e hostilidade. Episódios que preocupam a comunidade, devido ao espaço ser de contemplação, oração, reflexão e paz.
O padre Ricardo Fontana alertou que os ambulantes justificam que tem Alvará de vendas e acabam agredindo os vigilantes que tentam manter a ordem nas dependências do Santuário. O religioso questiona a questão legal desse comércio, uma vez que tudo o que é comercializado pelo Santuário está dentro da lei e com pagamento de impostos conforme a legislação. Para o comandante da 1ª Companhia, Tenente Stassak, essa preocupação também atinge a Brigada Militar, na medida em que o comércio acontece em uma rodovia (Rodovia dos Romeiros), que tem como continuidade a avenida Dom José Barea, inclui ainda uma via municipal que circunda e a área particular entorno do Santuário. Ele chama atenção para os fatos rotineiros em relação aos conflitos, entre os ambulantes e indígenas, que já levou a situações graves e que por pouco não chegou às vias de fatos.
Em áudio enviado pelo reitor ao prefeito Fabiano Feltrin, vice Jonas Tomazini e a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Regina Ducati, o poder público respondeu dizendo que a legislação federal dá permissões que ultrapassam o poder de polícia do município, tanto para o Microempreendedor Individual (Mei), quanto para os indígenas. Na parte de propriedade privada do Santuário, entende que seria prudente um registro de ocorrência através de um Boletim de Ocorrência (BO), de modo que o município seja chamado a agir de maneira mais incisiva, inclusive, com o acompanhamento das forças policiais. No restante do entorno, na via pública, a administração garantiu que irá verificar com o setor jurídico, outras formas de manifestação.