Polícia Civil anunciou que pedidos de medida protetiva poderão ser feitos online
O Rio Grande do Sul está em alerta para o alto número de assassinatos de mulheres nos últimos dias. Neste feriadão, 10 mulheres morreram em crimes violentos desde a Sexta-Feira Santa, 18, até Tiradentes, 21.
Chama a atenção o perfil variado das vítimas, de diferentes idades. Os crimes aconteceram em diversas regiões do estado. Outro fato assustador é a crueldade: uma mulher estava grávida; duas vítimas foram mortas na frente dos filhos; mãe e filha foram assassinadas; uma jovem foi morta junto com o namorado.
Neste momento, nove mortes são tratadas como feminicídios (assassinato por razões de gênero, ou seja, quando o crime é cometido por violência doméstica e familiar). A outra é investigada com relação a disputas de facções, por enquanto. Confira os crimes registrados:
Sexta-feira:
Jane Cristina Montiel Gobatto, 54 anos, foi morta facadas pelo companheiro, 64, dentro de casa, em Bento Gonçalves:
Raissa Müller, de 21 anos, e o namorado Éric Richard de Oliveira Turato, 24, foram assassinados dentro de uma casa, por volta de 2h. O ex-companheiro da jovem é suspeito:
Caroline Machado Dorneles, de 25 anos, foi assassinada a facadas em Parobé, no Vale do Paranhana. Ela estava grávida e também tinha uma filha de cinco anos. O ex-companheiro dela foi preso.
Juliana Proença Luiz, de 47 anos, foi morta a golpes de faca após um desentendimento com o ex-companheiro, de 54 anos, em São Gabriel. Ela foi morta na frente da filha, de seis anos:
Simone Andrea Meinhardt, de 49 anos, foi assassinada a golpes de facão em Santa Cruz do Sul. O companheiro dela é suspeito e foi preso:
Patrícia Viviane de Azevedo, de 50 anos, foi morta com um tiro na cabeça em Viamão. O suspeito é ex-companheiro da mulher, que fugiu do local após o crime.
Domingo
Talia da Costa Pereira, de 26 anos, foi assassinada a tiros dentro de seu apartamento em Serafina Corrêa. Ela estava acompanhada dos dois filhos, de dois e quatro anos. Um homem invadiu o imóvel e efetuou diversos disparos contra Talia.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese do crime ter relação com guerra entre facções criminosas que atuam na região. Neste momento, portanto, o caso não é enquadrado como um feminicídio (motivado por violência doméstica, ou por discriminação à condição de mulher).
Segunda-feira
Leobaldina Rocha Lyrio, 41 anos, e a filha dela, Diênifer Rauani Lyrio Gonçalves, 14, foram mortas a facadas dentro do apartamento onde moravam, em Ronda Alta. O companheiro de Leobaldina, identificado como Juliano Henn, de 49 anos, matou as duas e depois tirou a própria vida.
Lais Malaguez Meyer, de 33 anos, foi morta a tiros ao sair do trabalho, em Pelotas. Ela foi abordada pelo autor do crime, que disparou cerca de cinco tiros. A Polícia Civil investiga se o caso pode ser um feminicídio, já que nenhum pertence dela foi levado.
Medida protetiva online
Como forma de resposta aos acontecimentos recentes, a Polícia Civil vai antecipar o lançamento de uma plataforma para permitir o pedido de medidas protetivas de forma online. No endereço virtual, a vítima encontrará todos os detalhes com o passo a passo para fazer o registro da ocorrência e o pedido da medida protetiva de forma online.