Programa lançado pelo governo visa faciliar a renegociação de dívidas
O Ministério Público (MP) abriu investigação para apurar golpes envolvendo o programa de renegociação de dívidas Desenrola Brasil, lançado nesta semana pelo governo federal. Conforme a apuração, os criminosos criam sites falsos, com símbolos do governo e do Desenrola, e promovem anúncios nas redes sociais para atrair pessoas interessadas em “limpar o nome”. Há ofertas de desconto de até 99%.
Segundo o promotor e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos, Mauro Ellovitch, além do estelionato – em que a vítima acredita que está quitando a dívida com a instituição financeira, mas, na verdade está pagando ao criminoso –, as pessoas correm o risco de ter os dados pessoais, como nome, CPF, endereço e número da conta bancária, usados para a aplicação de outros golpes.
Os suspeitos podem responder por invasão de dispositivo informático, estelionato e crimes contra a economia popular. “Os cibercriminosos estão sempre atualizados, buscando o que tem de tendência, o que tem de notícia, de programa novo, para tentar iludir as vítimas e pegar a gente despreparado. Nesse caso do Desenrola Brasil, eles foram muito oportunistas e desenvolveram, com uma velocidade muito grande, tanto sites, quanto anúncios nas redes sociais”, destacou Ellovitch.
Desenrola
O Desenrola Brasil, programa federal de renegociação de dívidas, começou nesta segunda-feira, 17. Instituições financeiras credenciadas pelo Banco Central (BC) a realizar operações de crédito começam a oferecer condições especiais para limpar o nome de pessoas que estão endividadas.
Dois grupos serão beneficiados nesta fase do programa. Primeiro, pessoas físicas que têm dívidas bancárias de até R$ 100 ficarão automaticamente com o nome limpo pelas instituições. Assim, os beneficiados podem voltar a pegar crédito ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições.
O segundo grupo é o das pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor. Os bancos vão oferecer a possibilidade de renegociação diretamente em seus canais com os clientes, e as condições mudam de uma instituição para outra.