Especialista foi a convidada do Spaço Livre
A psicopedagoga com mais de 25 anos de atuação, especialista em gestão de pessoas, gestão educacional e mestre em educação, Laura Cristina Nardi, foi a convidada do programa Spaço Livre, deste sábado, 10. Ela também é pedagoga, formada em dinâmica dos grupos (Sbdg), em clínica interdisciplinar em estimulação precoce (Centro Lydia Coriat). Laura é proprietária e diretora pedagógica da Brinca Comigo – Contraturno Escolar e Escola de Educação Infantil, em Farroupilha, e durante o painel explanou sobre diversos tema relacionados a família. A especialista respondeu diversos questionamentos dos ouvintes, explicando algumas situações do cotidiano e apresentando seu método de trabalho.
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Como assim Super Nanny? Como surgiu essa referência?
Comecei a realizar atendimentos a domicílio em 2018 e algumas famílias começaram a comparar o meu trabalho com o da Super Nanny. Super Nanny (Programa TV SBT (2006 a 2014) – reality show – imposição de limites). O meu trabalho, mais aprofundado – envolve o desenvolvimento integral da criança e não apenas a questão dos limites.
Como surgiu a ideia desse trabalho?
25 anos de atuação e muito estudo, ministrando cursos para educadores e também atuando na coordenação do Curso de Pedagogia, criei um método de trabalho bem particular que tem uma data para começar e uma data para terminar.
O olhar do meu atendimento é para a pessoa e para a sua família, não me interessa se a pessoa (seja criança, adolescente ou adulto) tem TDHA, se tem autismo, se tem síndrome de down, meu olhar é para a pessoa e para a solução do problema o qual ela enfrenta com relação ao seu desenvolvimento.
Durante 10 anos trabalhei como Psicopedagoga atuando em clínica – atendimento à criança (e orientação pontual para as famílias). Me dei por conta que eu poderia oferecer mais, pois eu sentia que a família ficava desassistida nesse processo. Resultados demoravam muuuito para aparecer. Muitos atendimentos prolongados, sem previsão de alta. Então comecei a atender as famílias, juntamente com as crianças e passei a observar resultados muito mais eficazes. Eu passei a escutar mais as famílias, a orientar mais de perto para que ela estivesse engajada na melhora do seu filho. E os resultados vieram lindamente.
Como é esse método?
Meu atendimento é de 12 encontros onde escuto a família, qual a dificuldades, quais as angústias e o que sente que não está bem…. trazer o conhecimento para a família sobre o desenvolvimento humano – entender o que é um ser humano em desenvolvimento – o que ele precisa…
Olhar junto com a família para a dificuldade que se apresenta e juntos vamos encontrar estratégias para a solução do problema. Olhar o problema dói. Estarei do lado amparando, para que a família consiga fazer o movimento de destravar essa dificuldade. Estarei junto com a família, do lado, oferecendo suporte para que saiba o como fazer. (Na clínica eu costumava dizer para as famílias o que eles poderiam fazer para ajudar os seus filhos – muitas não sabiam como fazer isso). Eis o meu trabalho: estar junto com a família para orientar como fazer. Os atendimentos podem ser presenciais e online no Brasil ou exterior.
Por que esse método dá certo?
A família estará sustentada na sua capacidade de auto gerir a solução do problema. Porque a família é a primeira fonte de aprendizado de um ser humano. E é a fonte mais importante, de maior impacto para qualquer ser humano. O filho é uma semente, a família é a terra que será a base da sustentação da sua vida. Precisamos cuidar da terra, essa terra precisa ser fértil.
Apenas um dia da semana sendo atendido por um profissional, e depois os outros seis dias da semana e as outras 119 horas da semana a pessoa está “desassistida” e não se está usando a estratégia correta para solucionar o problema…. não tem como dar certo…. tem que ser consistente e frequente, a estratégia para a solução do problema precisa acontecer todos os dias e na base familiar. O método funciona e dá resultado sim.
ALGUNS EXEMPLOS DE ATENDIMENTOS REALIZADOS
EX: Criança de 2 anos (com suspeita de autismo) – após atendimento comigo– família compreendendo os estímulos necessários para a criança evoluir. NÃO SE CONSTITUIU COM AUTISMO. ESTÁ SE DESENVOLVENDO.
EX: Criança de 04 anos (com diagnóstico de outros profissionais – TOD) – após atendimento comigo- família compreendendo os estímulos necessários para a criança evoluir. NÃO VEJO MAIS TANTAS CARACTERISTICAS DE TOD. ESTÁ EVOLUINDO
EX: Criança com 3 anos (diagnostico de autismo) – família presa ao diagnóstico – não conseguindo enxergar a singularidade do filho – não conseguindo investir emocionalmente nele e não conseguindo pensar em possibilidades de progresso – depois do atendimento comigo – família começa a enxergar o filho diferente e pouco a pouco ele vai se desenvolvendo e saindo de dentro do rótulo, da bolha chamada “autismo”.
Quais famílias podem se beneficiar deste atendimento?
Famílias com filhos muito agitados, com diagnóstico de “hiperatividade”, “desatenção”, dificuldades na escola, dificuldades de comportamento, dificuldades de socialização, dificuldades para assumir a autonomia e a independência na vida. E não tem idade…. Porque aqui eu estou falando de desenvolvimento humano, e quando algumas questões da infância ficaram em aberto, elas vão seguir aparecendo até na vida adulta. Porque tem adultos que ainda estão em um comportamento infantil e não conseguem assumir as responsabilidades do mundo adulto. Quando o filho não está bem – o casamento começa a descambar – começam as brigas de casais e a situação acaba piorando. Se o filho está com dificuldade o convite aqui que deixo é olhar para essa dificuldade e resolver, porque todo o problema tem solução.
Quando uma criança está com dificuldade de quem é a culpa?
A culpa não é dos pais. Cada pai e cada mãe faz o que pode nas condições que tem. O jeito de cada mãe e cada pai diz muito sobre a forma como nós fomos educados pelos nossos pais. Nenhum pai e nenhuma mãe faz com o objetivo de errar. Sempre fazemos com a melhor das intenções, mas às vezes as situações são difíceis. O meu papel é se rum suporte para a família. Estar ao lado, acolher as suas angústias, as suas dificuldades e depois juntos olhar para o que está acontecendo com a criança. E com a minha ajuda, criamos estratégias para solucionar os problemas. Juntos.
Por que hoje parece ser mais difícil criar e educar os filhos?
Mundo com muitas ofertas, mídia trabalhando pesado nos dizendo como é ser um bom pai e uma boa mãe, muitos pais e muitas mães sentindo-se culpados pelo pouco tempo com os filhos e apresentando dificuldades para ser autoridade na família. (Adulto é maior que a criança – deve ser o norte e a orientação). Antigamente – autoritarismo. Não é sobre isso que estamos falando. Autoridade é se colocar.