A Polícia Federal (PF) não encontrou até o momento indícios da participação das vinícolas no crime de trabalho análogo à escravidão na Serra. “A gente fez todo um levantamento do material já recolhido. O que a gente viu foi um contrato de fornecimento de mão de obra por uma empresa terceirizada”, adiantou na manhã desta sexta-feira o delegado federal Adriano Medeiros do Amaral, responsável pela investigação do caso do resgate de 207 trabalhadores baianos em 22 de fevereiro passado, em Bento Gonçalves.
“Até o presente momento, a gente pesquisou bastante sobre isso, nas provas que a gente tinha aqui, e não foi encontrado nenhum indício de participação das vinícolas no crime de redução à condição análoga de estrada”, enfatizou o policial federal.
“A investigação prossegue em relação a essa empresa e também os representantes das vinícolas serão ouvidos”, observou o delegado Adriano Medeiros do Amaral. “A gente está em uma fase de coleta de provas em razão do acontecido. O inquérito tem um prazo inicial de 30 dias para a conclusão, mas como é uma investigação bastante complexa a gente vai pedir a prorrogação”, afirmou.
“A partir de agora, a gente vai fazer análise das provas colhidas e vai ser oportunizado aos investigados falar nos autos para apurar todas as circunstâncias.”, disse. O trabalho investigativo da Polícia Federal também apura as denúncias de maus-tratos na pousada onde ficavam os trabalhadores baianos em Bento Gonçalves, bem como se a duração da jornada de trabalho era exaustiva.