Oito pessoas foram indiciadas por extorsão e ameaça
Na última sexta-feira, 1°, a Polícia Civil anunciou o indiciamento de oito integrantes de uma quadrilha que utilizava mensagens de áudio e vídeo para extorquir dinheiro de comerciantes e moradores de Bento Gonçalves. O inquérito foi divulgado pelo delegado Renato Nobre Bias e pela inspetora Andressa.
Dois homens integrantes do grupo criminoso foram mortos em função de desavenças com uma facção rival. Três pessoas já estavam presas em Caxias do Sul em função de outros delitos. Conforme a Polícia Civil, esses três indivíduos realizavam o contato com as vítimas das extorsões através de telefones celulares no interior da Penitenciária de Caxias do Sul.
Como funcionavam os crimes?
No interior de um automóvel, trafegando pelas ruas, criminosos gravavam vídeos de residências e placas de veículos, situados especialmente em regiões nobres de Bento Gonçalves, como o bairro Planalto e arredores, já que os alvos do grupo eram pessoas de alto poder aquisitivo. Os mesmos gravavam os vídeos com armas de air soft e repassavam às vítimas, criando uma certa intimidação.
Após gravarem os vídeos, os indivíduos obtiam informações pessoais das vítimas e então iniciavam um contato através de aplicativos de mensagens, principalmente articuladas de dentro do presídio. No conteúdo das mensagens, ameaças. Os criminosos afirmavam saber diversos detalhes da vida das vítimas e mencionavam que seria necessária a transferência de valores em média de R$ 10 mil.
Caso a transação financeira não fosse efetuada, os mesmos ameaçavam matar determinada pessoa, supostamente a mando de uma facção criminosa.
Segundo mencionado pelo delegado Renato Nobre Bias na entrevista coletiva, duas vítimas chegaram a depositar o valor de cerca de R$ 9 mil com medo da ação criminosa. Um total de 60 ocorrências relatando as ameaças foram registradas na delegacia.
Em uma ação paralela, coordenada por um segundo grupo criminoso, indivíduos passavam em frente a concessionárias de automóveis e efetuavam disparos de arma de fogo, inclusive danificando alguns veículos.
Após a situação, os mesmos entravam em contato com os proprietários das concessionárias, enviando vídeos dos atentados aos empreendimentos e ameaçando de morte os empresários, caso os mesmos não realizassem a transferência de alta quantia de dinheiro.
A investigação segue em andamento.