Na pesquisa em todo o Brasil, índice foi de 78%
Dados divulgados nesta quinta-feira, 4, pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) informam que o endividamento das famílias chegou a 88,3% no Rio Grande do Sul. A pesquisa é realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A quantidade de famílias gaúchas com contas em atraso chegou a 36,1%. Já as famílias que admitem não ter condições de pagar suas dívidas chegou a 1,9% em março.
“O momento mais favorável dos juros, com menor custo, tem contribuído para uma maior demanda das famílias por crédito, sobretudo, parcelado”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. De acordo com o Banco Central, o saldo das operações de crédito para pessoas físicas subiu 1,1% em janeiro de 2024.
A quantidade de famílias com dívidas atrasadas também aumentou, em 0,5 ponto percentual, após cinco meses em queda, alcançando 28,6% das famílias. Entretanto, o indicador manteve-se abaixo do registrado em março de 2023 (29,4%).
MENOR RENDA
As famílias consideradas de baixa renda (até 3 salários mínimos) impulsionaram o endividamento no mês (79,7%), com alta mensal de 0,5 ponto percentual e anual de 0,8 ponto percentual. Já os outros grupos apresentaram redução ou estabilidade no percentual. Além disso, a faixa de famílias com menor renda foi responsável pelo aumento das dívidas em atraso, na comparação mensal, um acréscimo de 0,6 ponto percentual.
Já o aumento das famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso ocorreu apenas nas faixas de renda intermediárias (de 3 a 5 e de 5 a 10 salários mínimos). A faixa de baixa renda apresentou a maior necessidade de recorrer ao crédito, assim como a maior dificuldade de amortizar essas dívidas. Porém, revelou melhora do indicador de expectativa para pagar essas contas atrasadas, reflexo dos programas sociais e de auxílio ao crédito.
O valor médio das dívidas registrou queda, pelo segundo mês seguido, entre os consumidores que relataram ter mais da metade dos seus rendimentos comprometidos. A redução foi de 0,5 ponto percentual no primeiro trimestre do ano, alcançando 20,7% dessas famílias.
CARTÃO DE CRÉDITO
O cartão de crédito representou 86,9% dos endividados no mês, aumento de 0,8 ponto percentual, na comparação com o mesmo mês do ano passado, e estável diante de fevereiro de 2024. O crédito pessoal apresentou o maior crescimento (1,6 ponto percentual), resultado da queda dos juros médios da modalidade, o menor entre os últimos três meses – 41,2% em janeiro de 2024. Os financiamentos imobiliário e de carro vêm logo em seguida, com acréscimo de 1,5 ponto percentual no volume de endividados, cada.