Lideranças acreditam que a instalação de uma base móvel não seja a melhor solução para diminuir a criminalidade
O comandante do 36º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Luís Fernando Becker e o delegado de Polícia Civil, Éderson Bilhan, participaram do programa Fim de Expediente desta quarta-feira, 2, onde comentaram a respeito das investigações dos últimos crimes, bem como as ações desempenhadas para a contenção da violência no município.
Durante a entrevista, as lideranças explanaram sobre o caso de Eli Fidelis, 50 anos, que agrediu sua ex-companheira de 46 anos por volta das 19h30 desta terça, e foi encontrado enforcado no interior do município. Conforme Bilhan, a vítima está hospitalizada e será ouvida assim que possível. “Nós iremos conversar com ela e dar seguimento nas investigações, de modo que a ex-mulher é a prova mais fidedigna do caso”, destacou.
Já em relação ao homicídio no bairro Industrial, que vitimou Itamar Alves Nunes, 48 anos, e deixou outras duas pessoas feridas na tarde desta terça, o comandante do 36º BPM ressaltou o empenho das equipes na prisão dos suspeitos e pontuou que Nunes era o alvo do atentado, no entanto, a motivação ou origem do crime ainda são desconhecidas.
Para o delegado, a detenção da quadrilha ainda na noite do crime só foi possível pelo flagrante em tráfico de drogas e receptação de veículo. “Para que possamos prender uma pessoa é necessário possuir autoria e materialidade. Em um primeiro momento, não foi possível veicular a captura dos suspeitos com o homicídio, ou ainda das imagens que circulam nas redes sociais. Quero reforçar que nossas equipes estão dispostas para a resolução do ocorrido e terão as filmagens oficiais nos próximos dias, a fim de dar continuidade nas investigações”, avaliou.
Sobre a possível instalação de uma base móvel para reforçar a segurança nos bairros São José e Industrial, sugerida pelo vereador Felipe Maioli do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), durante sua participação no programa Fim de Expediente desta semana, Becker pontuou que não existem condições técnicas para disponibilizar a maior parte das guarnições em um único local da cidade. “Hoje é impossível colocar o nosso efetivo em um lugar determinado, saliento que são fatos isolados. O que podemos pensar é no aprimoramento das câmeras ou ainda fortificar os investimentos na segurança pública. A presença policial é importante e tem resultado, mas não podemos vincular a diminuição dos crimes com a presença da corporação ou não em regiões fixas”, declarou.
Segundo Bilhan, um policiamento concentrado em um bairro não irá resolver o problema, pois não se trata de uma perda de controle da segurança pública. “Se existem 10 homicídios, destaco que sete pessoas foram presas. Aquelas ações da Brigada Militar em Caxias deixaram meio caminho andado para identificação dos autores deste último homicídio no Industrial. Amplio que são pontos isolados, decorrentes de briga de facção”, definiu. Becker ressaltou que os últimos assassinatos se sobressaem se comparado a outros delitos. “Sabemos que a comunidade quer respostas e afirmamos que nossas equipes estão dando o melhor para garantir a segurança da comunidade, embora não possamos estar em todo lugar a todo o momento”, pontuou.
Ao final da entrevista, o delegado ampliou que os responsáveis pelas ordens de execução nos bairros São José e Industrial se encontram em regime fechado. “Os mandantes já estão identificados e presos, estamos monitorando a situação. Nosso objetivo agora é deter quem está solto e solucionar estas interferências de quem está preso”, concluiu.
Assista a entrevista completa neste link.