Quadrilha alugava apartamentos para produzir e armazenar drogas, além de ameaçar demais moradores
Uma operação policial em um condomínio do Minha Casa, Minha Vida em Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte do estado, resultou na prisão de 20 pessoas suspeitas de comandar um esquema de tráfico de drogas no local. Treze pessoas foram presas preventivamente e sete em flagrante por posse ilegal de arma de fogo ou drogas. Dos presos, 11 estavam em Santo Antônio da Patrulha, um em Canoas e cinco em penitenciárias de Charqueadas e Osório.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos 40 mandados de busca e apreensão em Santo Antônio da Patrulha, Canoas, Nova Santa Rita, Charqueadas e Osório. Além disso, o Ministério Público (MP) pediu o bloqueio judicial de 10 apartamentos no condomínio.
De acordo com o MP, além de armazenar drogas em apartamentos próprios e alugados, o grupo também obrigava moradores a guardarem os entorpecentes. Há casos de pessoas que tiveram de, sob ameaças, abandonar seus apartamentos.
A investigação policial apontou que a organização criminosa, comandada por dois irmãos que cumprem penas na Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas, trazia drogas de outra cidade, provavelmente de Canoas, e guardava em residências próximas e em apartamentos dentro do condomínio.
O grupo adquiriu ou alugou cerca de 20 apartamentos no residencial em Santo Antônio da Patrulha, que eram utilizados para moradia, separação e armazenamento de drogas. A venda dos entorpecentes ocorria em frente ao condomínio, à luz do dia, e os moradores que não colaborassem com essa prática eram obrigados a deixar o local.
Além disso, perpetuava a “lei do silêncio”, pois os moradores não se sentiam seguros em denunciar os envolvidos com o tráfico de drogas no local por medo de represálias.
A Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa Minha Casa, Minha Vida, informou a respeito da operação policial que “não cabe manifestação da Caixa por se tratar de questão de segurança pública”.