Caso é investigado pelo Ministério do Trabalho
Uma mulher que estava desaparecida há 21 anos foi resgatada por uma força-tarefa em uma casa onde prestava serviços domésticos sem remuneração em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. No entendimento do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Adelaide Alexandrete, de 45 anos, foi vítima de trabalho semelhante à escravidão durante todo o período. Após o resgate, Adelaide foi enviada para um abrigo do município. O Ministério Público do Trabalho (MPT) também entrou no caso e acertou o pagamento de verbas rescisórias à mulher pelo empregador. O MPT busca, agora, reaver as mais de duas décadas de serviços prestados como doméstica sem remuneração.
De acordo com as autoridades, o local em que ela foi resgatada era separado por duas estantes vazadas, o que permitia que ela fosse monitorada 24 horas por dia. A vítima afirma ter que tomar banho em uma bacia ao lado do quarto porque o banheiro não tinha chuveiro. O procurador do Ministério Público do Trabalho Alexandre Maria Raganin diz que o empregador alega que acreditava estar “fazendo um favor a uma pessoa em situação de vulnerabilidade, que não tinha como residir, e estava dando abrigo para ela”. A Polícia Federal (PF) de Santa Maria informou que acompanhou o resgate e aguarda o encaminhamento das informações do caso pelo MPT para decidir se vai instaurar um inquérito.
Reencontro com a família e planos
O registro do desaparecimento de Adelaide foi feito em 2008 na Delegacia de Polícia de Três de Maio, no Noroeste do estado, mas nunca houve retorno para a família. A mãe disse ter enviado mais de 170 cartas para programas de TV. Uma irmã de Adelaide também costumava publicar pedidos de ajuda em redes sociais.