Defesa pede perícia em áudio de celular do pai de Rafael Mateus Winkes
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Alexandra Dougokenski, acusada de matar o filho Rafael Mateus Winkes, de 11 anos, em 2020, em Planalto. O recurso foi julgado no domingo, 15. O Tribunal ainda decidiu pela realização de perícia em um áudio que motivou os advogados de defesa a abandonarem o júri em março. A multa de 90 salários mínimos aplicados à defesa foi retirada pelo TJ-RS.
A defesa de Alexandra argumenta que a gravação foi feita um dia depois da data em que Rafael foi dado como morto e, por isso, pede pela liberdade da ré e a anulação do processo. A Justiça quer saber a data e hora que o áudio foi criado e outros detalhes jurídicos que impactam o caso. No áudio extraído do celular do pai do menino, Rodrigo Winques, é possível ouvir a voz de uma criança dizendo “sim, ela tá falando com a minha mãe ali”. A perícia particular, contratada pela defesa da ré, indicou que a voz se assemelha com a de Rafael.
Conforme a defesa de Alexandra, o áudio chegou ao celular de Rodrigo no dia 15 de maio de 2020, às 20h33. No entanto, o menino já estaria morto entre a noite anterior e a manhã do dia 15, o que tornaria impossível que ele tivesse feito a gravação.
Para o Ministério Público (MP), uma análise técnica feita pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público (NIMP) derruba o argumento porque comprova que o áudio não foi gravado na noite de 15 de maio. O arquivo foi recebido pelo celular do pai a partir de um encaminhamento, ou seja, uma terceira pessoa enviou o áudio para ele – não se trataria de um áudio original e abriria a possibilidade de ele ter sido gravado antes. A perícia será realizada pelo Departamento de Criminalística do Instituto Geral de Perícias (IGP).