Acusação indica que mulher envenenou as filhas gêmeas como forma de atingir companheiro
A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público na quinta-feira, 16, e tornou ré por duplo feminicídio a mãe das gêmeas Manuela e Antônia Pereira, em Igrejinha.
A denúncia destaca que a mãe, 42 anos, matou as duas filhas, na época com seis anos, de forma idêntica, em um curto espaço de tempo e que as duas foram encontradas sem vida na cama, com sangramento e hemorragia.
Segundo o promotor Evandro Lobato Kaltbach, “nas duas ocasiões, a denunciada, por possuir ciúmes excessivos do companheiro, ministrou substância tóxica, veneno ou medicamento, ainda não esclarecido nos autos, para as vítimas, causando as mortes”.
O documento do MP aponta que o crime teve motivo torpe, por “ciúmes excessivo e sentimento abjeto de posse” da mulher em relação ao pai das meninas. No entendimento do promotor, o objetivo dela era, na verdade, atingir o marido, já que o relacionamento estaria terminando.
Uma das gêmeas foi morta na manhã de 7 de outubro de 2024. O auto de necropsia apontou “hemorragia pulmonar penetrando nos espaços aéreos com insuficiência respiratória, com um afogamento atípico por sangue, indicando como causa da morte “insuficiência respiratória” e hemorragia pulmonar”, causada por meio cruel (asfixia).
A outra menina foi morta em 15 de outubro. A ficha de atendimento ambulatorial refere “pupilas fixas, sangramento efusivo pela traqueia por suspeita de intoxicação por veneno de rato, causada por meio cruel (asfixia)”.
O promotor ressalta que as mortes ocorreram em situação de violência doméstica e familiar, por ascendente contra descendente, menor de 14 anos, por razões da condição de sexo feminino, motivo torpe, mediante meio cruel (asfixia) e dissimulação ou outro recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa da vítima.