Vizinha relatou ter acionado Conselho Tutelar mais de 20 vezes antes da menina ser encontrada morta
A Promotoria de Justiça de Guaíba solicitou ao Conselho Tutelar do município um relatório completo sobre o caso da menina Kerollyn Souza Ferreira, nove anos, encontrada morta na manhã da última sexta-feira, 9, dentro de um contêiner de lixo. A mãe, Carla Carolina Abreu Souza, 30 anos, foi presa de forma temporária no sábado, suspeita de homicídio.
Vizinhos e familiares da criança relataram à polícia que Kerollyn vinha sendo vítima de uma série de violências e negligências por parte da mãe. Uma vizinha confirmou ao portal G1 que chegou a acionar o Conselho Tutelar 20 vezes em uma das oportunidades. O relato apresentado à Polícia Civil é de que a criança costumava circular pelo bairro sozinha, com fome, pedindo comida e demonstrava carência afetiva. Também foi relatado que, em muitas noites, Kerollyn dormia em um carro abandonado.
Segundo o Ministério Público, em 2023, um relatório foi encaminhado à instituição por um centro que cuida de crianças vítimas de violência. A partir daí, o MP não localizou nenhum outro relatório ou qualquer outra informação que tivesse sido reportada acerca de violações de direitos de Kerollyn, conforme a promotora Karinna Orlandi.
O Conselho Tutelar de Guaíba não está se manifestando sobre o caso da menina Kerollyn. O órgão divulgou somente uma nota, na qual afirma que “atua de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e com extremo comprometimento em proteger e garantir os direitos das crianças e adolescentes”.