Oito suspeitos, incluindo uma advogada, são investigados pela 1ª Delegacia de Roubos do estado
A Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira, 17, a operação ‘Chapatral’ contra um grupo que sequestrou dois filhos de um empresário em outubro do ano passado em Porto Alegre. A equipe da 1ª Delegacia de Roubos (1ª DR), coordenada pelo delegado João Paulo de Abreu, apurou oito envolvidos no crime de extorsão mediante sequestro. O cativeiro ficava no bairro Restinga, na zona sul da capital.
Na ação, mais de 110 de policiais civis cumpriram 22 mandados de busca e apreensão e cinco ordens de prisão preventiva, além de bloqueios de valores em 12 contas bancárias de pessoas, físicas e jurídicas, no montante de R$ 200 mil, em 21 residências em Porto Alegre, Esteio, Alvorada e Gravataí, além de Campo Largo, no Paraná. A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) prestou apoio ao trabalho policial na Penitenciária Estadual de Sapucaia do Sul. Quatro suspeitos foram detidos ao longo do trabalho investigativo e mais um na manhã desta sexta-feira. Houve também o recolhimento de uma Land Rover – Range Rover Evoque, telefones celulares, drogas e uma balança de precisão.
Segundo o delegado João Paulo de Abreu, os criminosos em princípio não conheciam as vítimas. “Foram sequestrados pela questão financeira”, resumiu. Os dois irmãos, de 25 e de 27 anos, foram resgatados na manhã do dia 21 de outubro do ano passado no bairro Jardim Itu-Sabará, na zona norte da capital. “A investigação preliminar sobre os fatos revelaram que dois veículos participaram da ação criminosa, abordando as vítimas em via pública. Os criminosos, segundo testemunhas, verbalizaram com as vítimas, identificando-se como policiais e que os irmãos deveriam acompanhá-los. Dali, levam as vítimas para local desconhecido. Desta forma, a família passou então a ser extorquida, através de mensagens de WhatsApp, no valor de R$ 1,7 milhão”, acrescentou.
De acordo com Abreu, um dos homens que negociou o pagamento do resgate e extorquia a família tem 27 anos e possui antecedentes por homicídio doloso, receptação dolosa e porte de arma de fogo. Ele estava recolhido na Penitenciária de Porto Alegre e inclusive é defendido pela advogada suspeita, de 42 anos, e proprietária da Range Rover Evoque. O veículo foi avistado no dia do recolhimento do dinheiro pago pelo resgate. Preso nesta sexta-feira, um outro envolvido que extorquia e negociava o valor do resgate, tem 26 anos, e possui antecedentes por homicídio doloso.
Já um dos três arrebatadores das vítimas, de 28 anos, tem ficha criminal por tráfico de drogas e roubos a motoristas de cargas, pedestres e veículos, além de assaltos a lojas de telefones celulares na capital e na região metropolitana. O cúmplice, de 22 anos, também tem participação em roubos de lojas de celulares e ostenta antecedentes por tráfico de drogas e assaltos. Por sua vez, o terceiro arrebatador, de 23 anos, é envolvido igualmente em ataques aos estabelecimentos comerciais que vendem aparelhos telefônicos. Ele tem passagens por tráfico de entorpecentes e roubos. Os agentes da 1ª DR identificaram ainda a mulher, de 40 anos, proprietária da casa usada como cativeiro, e um homem, de 55 anos, dono de um Toyota Etios utilizado em princípio para o arrebatamento das vítimas.