Justiça atendeu pedido do Ministério Público; casos aconteceram entre 2011 e 2022
A Justiça decretou a prisão preventiva de um ginecologista de 69 anos que responde por violação sexual contra 22 pacientes entre 2011 e 2022 no seu consultório em Ijuí. O Ministério Público também solicitou a prisão preventiva do denunciado e a suspensão do direito de exercer a profissão. Os pedidos foram aceitos pela Justiça.
Conforme as denúncias do Ministério Público, o ginecologista justificava a prática dos atos libidinosos se apresentando como especialista da área da sexologia e dizia às vítimas que poderia ensiná-las a ter relações sexuais mais prazerosas, mesmo quando elas não relatavam nenhum problema relacionado.
Em diversos casos, o denunciado aproveitou a oportunidade de realização de exame preventivo de colo de útero e de rotina para abusar das pacientes, tocando em suas partes íntimas e estimulando-as sexualmente. O profissional induzia as vítimas a acreditarem que estavam sendo submetidas a procedimento ginecológico padrão. Em um deles, referiu que a paciente poderia ter sangramento, já que ele havia colocado a mão em sua genitália, mas que isso “era normal, pois integrava o procedimento”.
Conforme o Juiz de Direito Eduardo Giovelli, a decretação da prisão se justifica diante da materialidade dos fatos, dos indícios de autoria e da prova testemunhal. Conforme denúncia, um familiar do réu teria solicitado que pacientes assinassem termos de declaração dizendo que nunca foram abusadas por ele.
O réu responde por violação sexual mediante fraude praticados no exercício da profissão de médico. No primeiro feito, ele responde por fatos ocorridos, em tese, entre os anos de 2011 e 2021. Nesse expediente, constam 12 mulheres como vítimas. Já foi recebida a denúncia, em maio deste ano, estando designada audiência de instrução para o mês de setembro.
Na denúncia mais recente constam fatos que teriam acontecido também em 2022, uma vez que há um datado de maio, ou seja, mesmo mês em que foi ofertada a denúncia anterior e também em que o réu foi citado, ou seja, quando tomou conhecimento daquela acusação.
No feito atual, constam como vítimas 22 mulheres de diferentes idades, sendo descritos 24 fatos.