Apresentação ocorreu na sessão desta segunda-feira
O comandante do 36º BPM, tenente-coronel Giovane Gomes, a psicóloga coordenadora da saúde mental, Eliane Veronese, e a coordenadora da Amafa, Aline Daros da Rosa, abordaram a origem e circunstâncias de casos de surtos psicóticos e saúde mental, na sessão desta segunda-feira, 10, na Câmara de Vereadores. Durante a explanação, eles comentaram sobre a participação das suas instituições no processo e como se dá o atendimento às pessoas em surto psicótico.
Para a psicóloga Eliane Veronese, os surtos psicóticos são transtornos que geram uma perda de conexão com a realidade. Ela salientou que os surtos são possíveis de ser controláveis mediante tratamento adequado e apoio familiar. Não há uma forma padrão de abordar uma pessoa em surto, podendo ela carecer de tempo e espaço, enquanto que em outra situação, necessite do toque e sentimento de segurança. Eliane enfatizou ainda, a importância da família junto a pessoa que passa por surtos, pois muitas vezes a crise ocorre por abandono do tratamento ou por alguma mudança de medicamento, devendo ser monitorada neste período de adaptação a nova medicação.
Conforme o tenente coronel Giovani Gomes, a corporação age, na maioria das vezes, junto ao chamado do Samu, quando há ocorrências de surto. Porém, há casos que o chamado parte do 190 e não há clareza de que se trate de uma pessoa em surto psicótico.
A representante da Amafa, Aline da Rosa, salientou que uma forma de auxiliar na comunicação, são os cordões personalizados que indicam se a pessoa tem autismo ou alguma deficiência oculta. Os cordões são representados pelo símbolo do quebra-cabeça colorido, ou pelo girassol, respectivamente. Junto ao cordão que a pessoa veste, há um crachá de identificação com um ‘Qrcode’ que apresenta formas de ajudar e orientações para casos de surto.
Questionado pelos vereadores quanto ao procedimento da Brigada Militar, o comandante explicou que as abordagens possuem etapas: inicia com o comando verbal, após, usa-se a arma de choque, balas de borracha e, por fim, uso de arma de fogo sempre com o objetivo de conter a pessoa e garantir a integridade física ao máximo de todos no ambiente.
O tenente-coronel adverte que esse procedimento é acadêmico e nem sempre as circunstâncias permitem que o policial realize cada etapa prevista, seja por ausência de tempo, de espaço ou excesso de vigor físico da pessoa em surto.