Promotor se mostrou decepcionado com o fato de mulher condenada por homicídio continuar em liberdade
O promotor de Justiça Ronaldo Lara Resende atuou na acusação de Aline de Souza Dre pelo homicídio de Nolvi Francisco Baggio Filho, em 2017. O júri popular realizado na última quinta-feira, 2, condenou a mulher a 12 anos e 6 meses de prisão. No entanto, ela permanece em liberdade, uma vez que já havia ganhado um habeas corpus antes da condenação.
Resende criticou a decisão, afirmando que é um descrédito para Justiça Brasileira “uma pessoa ser condenada e sair caminhando junto com os jurados que acabaram de condená-la”. Ele explica que já pediu recurso por uma pena maior, uma vez que, dos 12 anos e 6 meses, haverá descontos da pena. “Vão ser descontados um ano e oito meses que ela já esteve presa, e ela cumpre dois quintos dessa pena. Fazendo a conta de dois quintos de 12 anos, subtraindo um ano e oito meses, ela ficaria mais um ano e meio presa no regime fechado”, explica.
Penas assim fazem o promotor considerar que “no Brasil tudo é uma festa”, uma vez que em alguns estados dos Estados Unidos, conforme Resende exemplifica, um crime deste tipo poderia ter condenação até de pena de morte.
O advogado de defesa de Aline Souza Dre, Adão Gomes Araújo Júnior comentou sobre a condenação de sua cliente e ressaltou que já entrou com pedido de apelação para redução da penalidade imposta.
Araújo Júnior afirma que a tese da defesa era homicídio privilegiado, com redução da pena. “Esse redutor poderia reduzir de um terço até um sexto, essa é nossa tese principal, por isso até é um dos motivos que vai ensejar esse recurso, é a dosimetria da pena, que nós entendemos que foi, de certa forma, exagerada”, afirma. Confira os áudios na galeria abaixo: