Levantamento mostra desafios dos gestores municipais nos últimos quatro anos e cenário para pagamento do 13º
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) registrou que 71,2% dos prefeitos apontaram a crise financeira e a falta de recursos como os maiores obstáculos em suas administrações nos últimos quatro anos. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira, 13, ouviu 4.473 municípios, ou seja, 80,33% do total do país.
Além da crise financeira, a pesquisa identificou que a instabilidade política e econômica foi citada por 53,1% dos gestores, enquanto 47,8% destacaram os reajustes salariais e os problemas na área da saúde como desafios significativos.
Outras questões, como desastres naturais (34,2%) e o Censo (45,1%) também aparecem entre as principais dificuldades. Esses dados refletem as pressões constantes sobre as prefeituras, que enfrentam uma crescente demanda por serviços públicos essenciais, ao mesmo tempo em que lidam com uma limitação de recursos.
Apesar dos desafios, a pesquisa revela que a maioria dos prefeitos consegue manter a gestão em equilíbrio financeiro. Cerca de 80,9% (3.619) dos gestores afirmaram que encerrarão o ano e o mandato com as contas em dia. No entanto, 22,5% das administrações municipais (1.055) terão de deixar restos a pagar (RAP) para as próximas gestões.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, destacou que a concentração de recursos na União, em vez de serem distribuídos de forma descentralizada para os Municípios, é um dos principais fatores que agrava a situação financeira dos entes locais. Para Ziulkoski, medidas como a aprovação da PEC da Sustentabilidade Fiscal e a regulamentação de uma Reforma Tributária mais justa e equilibrada são essenciais para fortalecer as finanças municipais e garantir mais autonomia para os prefeitos enfrentarem crises futuras.