Celso Adão Portella atuou entre 1970 e 1980 nas rádios Farroupilha e Gaúcha
O corpo encontrado dentro da uma geladeira de um apartamento no Sergipe, na última quarta-feira, 20, é de um advogado e jornalista gaúcho. Celso Adão Portella, que teria hoje 80 anos, deixa quatro filhos. A família aguarda contato da Polícia Civil para ir ao Nordeste do país buscar o corpo e realizar o sepultamento. O irmão de Celso, Paulo Portella, conta que ele é natural de Ijuí, no Norte do Rio Grande do Sul, mas construiu a vida em Porto Alegre, tendo se formado em direito e jornalismo. “Fez toda a vida na capital. Atuou entre as décadas de 1970 e 1980 nas rádios Farroupilha e Gaúcha. Como advogado, teve um escritório em Porto Alegre e atualmente estava aposentado”, frisou.
Ele relata que Celso deixou o estado em 2001, depois que a mãe deles faleceu. Desde lá, os irmãos não tiveram mais contato. “Eu sequer sabia que ele estava em Aracaju. Somos em 12 irmãos, e alguns acabaram se distanciando. Mesmo assim, a notícia foi um choque. Ele sempre foi uma pessoa muito boa”, salientou. Segundo ele, um irmão, que é policial civil, recebeu a ligação de uma mulher, que afirmou que Celso estava morto. Em um primeiro momento, acreditaram se tratar de um trote. Após, confirmaram o fato.
A mulher que realizou a ligação tem 37 anos, é técnica em enfermagem e está presa desde quinta-feira, 21. O caso foi descoberto por um oficial de justiça durante o cumprimento de uma ordem de despejo no apartamento onde ela vivia, no bairro Suíssa, em Aracaju. O corpo estava em avançado estado de decomposição dentro de uma mala em uma geladeira. No imóvel, também residia a filha dela, uma criança de quatro anos. Em depoimento à Polícia Civil, a suspeita afirmou que ela e Portella tiveram um relacionamento amoroso. Contou que um dia, em 2016, voltou para casa do trabalho e encontrou o companheiro morto. Por medo, guardou o corpo na geladeira.
Ela é acusada de ocultação de cadáver e de maus-tratos contra a filha por conta de ter submetido a menor a uma situação como essa. Ela foi encaminhada para uma avaliação psiquiátrica no Hospital São José, em Aracaju. A causa da morte de Celso é investigada e deve ser constatada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). Se houver indícios de violência, a mulher poderá ser responsabilizada.