Rudimar da Silva concedeu entrevista à Spaço FM e comentou sobre as dificuldades que vem enfrentando
Cerca de dois mil caminhoneiros brasileiros estão há quase 20 dias retidos entre a Argentina e o Chile por falta de testes de covid-19. As informações foram confirmadas pelo Ministério de Infraestrutura do Brasil. Segundo a Federação dos Caminhoneiros Autônomos (Fecam), cinco mil motoristas do transporte internacional de cargas foram afetados pelas mudanças nos critérios sanitários adotados pelas autoridades chilenas. A fila de veículos na passagem da fronteira teve início quando o Chile deixou de aceitar testes de covid-19 realizados fora do território nacional.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (Cnttl) pediu ajuda às autoridades brasileiras e chilenas para agilizar os testes e flexibilizar as regras de ingresso e saída no país. Diante da mobilização, o governo do Chile anunciou que vai realizar testes aleatórios em motoristas e aceitar testes PCR negativo feitos com 72 horas de antecedência.
No entanto, o ato só vale até esta terça-feira, 1º de fevereiro. A partir de quarta-feira, 2, os condutores terão que apresentar testes negativos realizados em no máximo 48 horas antes do ingresso no Chile. Com isso, a passagem de caminhões entre Chile e Argentina foi desbloqueada parcialmente neste domingo, 30, após os países chegarem a um acordo para flexibilizar os controles sanitários que mantiveram retidos por mais de duas semanas, mas há possibilidade do governo revogar a medida, já que muitos motoristas apresentaram testes falsos para saírem do país.
O caminhoneiro Rudimar da Silva, de 42 anos, que transporta móveis e é morador de Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, concedeu entrevista à Spaço FM e comentou por telefone sobre as dificuldades que tem passado ao longo deste período na cidade de Uspallata, próximo a Mendoza, na Argentina. Silva acredita que a abertura do turismo possa ter provocado a disseminação do coronavírus e afirmou que os motoristas se encontram em condições precárias, no entanto, estão recebendo ajuda financeira da empresa.
De acordo com o caminhoneiro, existem cargas de todos os tipos, principalmente alimentos que estão estragando devido à falta de refrigeração e o excesso de calor que ocorre nesta época. Questionado sobre a vacinação, Silva declarou ser favorável e destacou que esta é a única alternativa para continuar na profissão. “O nosso maior medo hoje é a contaminação, se eu testar positivo, vou ficar isolado, sabe Deus onde, pois chega uma hora que dá vontade de abandonar tudo, a pressão e o estresse são muito grandes, espero que a situação se normalize logo”, concluiu.
Confira algumas fotos enviadas por Rudimar