Suspeito, que tinha passagem por feminicídio e estava preso até semana passada, foi linchado até a morte pela população
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que policiais do 2º Batalhão de Choque encontram o cativeiro onde era mantida uma menina de nove anos raptada em Tramandaí. Ela foi encontrada na manhã desta quarta-feira, 26, dentro de um alçapão, em uma loja de conveniência. O vídeo mostra o drama da criança, que, aos gritos, relata ter sido abusada, enquanto os policiais tentam localizar onde estava a entrada do esconderijo.
O dono do estabelecimento, identificado como Marco Antônio Bocker Jacob, 61 anos, foi linchado até a morte por populares que se aglomeraram no local durante as buscas pela criança. Ele tinha antecedentes por feminicídio, tráfico de drogas, furto em veículo, crueldade contra animais e lesão corporal. Jacob também foi condenado por agredir uma adolescente de 17 anos em 2020. Ele cumpriu a pena até semana passada. A Polícia Civil afirma que investigará o linchamento.
Sequestro
De acordo com a Brigada Militar, a criança sumiu enquanto brincava sozinha em uma praça, por volta das 16h de terça, 25. Ao anoitecer, a mãe da criança registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento. Além disso, os vizinhos espalharam cartazes pelo bairro e circularam com um carro de som que chamava pelo nome dela.
Nesta quarta, a menina foi encontrada com as mãos amarradas, dentro do alçapão. O estabelecimento fica próximo ao local do sequestro e era de propriedade de Jacob. A vítima gritou por socorro ao perceber a entrada dos policiais no local e indicou onde era mantida. O esconderijo, no chão, estava lacrado com uma tampa de concreto, além de ter caixas de cerveja em cima.
As informações da Brigada dão conta que o sequestrador teria oferecido um picolé para atrair a vítima ao cativeiro. Quando a criança entrou no local, foi trancada na armadilha.
“Era um buraco concretado. Parecia um bunker, um cativeiro, que tinha uma entrada de 50 centímetros de largura e pouco mais de um metro de profundidade, e que se estendia na horizontal. A tampa também era de concreto e ainda tinha caixas com garrafas em cima. A menina foi prontamente socorrida e passa bem”, destacou o coronel Artur Marques de Barcellos, O comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva do Litoral (CRPO Litoral).