Norte-americano foi eleito no início da tarde desta quinta-feira
O norte-americano Francis Prevost Martínez foi eleito Papa na tarde desta quinta-feira, 8. O anúncio foi realizado pelo cardeal protodiácono Dominique Mamberti. O tradicional comunicado em latim emocionou milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro e milhões de católicos que acompanhavam a transmissão ao redor do mundo.
A fala oficial, feita em latim, seguiu o tradicional rito da Igreja Católica: “Anuncio-vos uma grande alegria. Temos um Papa: O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor Robert Francis, Cardeal da Santa Igreja Romana Prevost, que se impôs o nome de Leão XIV”. A proclamação marcou, de forma oficial, o início do novo pontificado. Ele foi escolhido por, pelo menos, 89 dos 133 cardeais – dois terços dos eleitores do conclave – e será o sucessor de Francisco no comando da Igreja.
Quem é o novo Papa?
Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost tem 69 anos e se torna o primeiro Papa norte-americano da história da Igreja. É também o primeiro pontífice vindo de um país de maioria protestante. Apesar da origem norte-americana, Prevost construiu grande parte de sua trajetória religiosa na América Latina, especialmente no Peru. Foi lá que se destacou até alcançar os cargos mais altos da Cúria Romana.
Ao ser eleito, ocupava duas funções importantes no Vaticano: prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. De perfil discreto e voz tranquila, Prevost costuma evitar os holofotes e entrevistas. No entanto, é visto como um reformista, alinhado à linha de abertura implementada por Francisco. Tem formação sólida em teologia e é considerado um profundo conhecedor da lei canônica, que rege a Igreja Católica.
Entrou para a vida religiosa aos 22 anos. Formou-se em teologia na União Teológica Católica de Chicago e, aos 27, foi enviado a Roma para estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino. Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua atuação missionária no Peru — primeiro em Piura, depois em Trujillo, onde permaneceu por dez anos, inclusive durante o governo autoritário de Alberto Fujimori. Prevost chegou a cobrar desculpas públicas pelas injustiças cometidas no período.
