Suspeita foi presa no sábado
A Polícia Civil divulgou nesta segunda-feira, 10, novos detalhes da investigação sobre o corpo encontrado esquartejado e carbonizado em um freezer em Quintão, no dia 4. A companheira de Milton Prestes da Silva, 55 anos, foi presa por suspeita de participação no crime.
Conforme a polícia, a mulher, de 47 anos, fez compras com um cartão de crédito que pertencia a Milton durante o período em que o corpo dele foi mantido dentro do freezer. A mulher ainda teria continuado a trabalhar na banca de churrasquinhos que tinha com a vítima.
O casal morava e vendia churrasquinhos em um imóvel na Rua Visconde de São Leopoldo. Foi ali que, no dia 4, o cunhado e um vizinho de Milton localizaram o cadáver, esquartejado e carbonizado, no interior de um freezer. Nesse mesmo dia, a mulher fugiu do local em um carro.
De acordo com o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior, a mulher utilizou o cartão de crédito da vítima para fazer compras em um supermercado. Para explicar a ausência do companheiro, ela teria dito que Milton estava em visita na casa de parentes.
Conforme o delegado, havia sacos com cimento no entorno do corpo de Milton. A mulher ainda teria pedido uma pá emprestada a vizinhos e cavado buracos no pátio. Ractz desconfia que o plano era cimentar o cadáver e enterrá-lo na propriedade.
No sábado, ela se apresentou na Delegacia de Torres e foi presa temporariamente. Ela nega participação no crime e, segundo os policiais, chorou bastante enquanto era ouvida.
A mulher teria dito no depoimento que, em 27 de fevereiro, último dia em que Milton foi visto com vida, ingeriu remédios de uso controlado para dormir. O argumento é que isso a teria deixado desnorteada ao longo de dias, o que impediria qualquer lembrança dos fatos.
O filho da suspeita, de 23 anos, confessou a autoria do crime. Ele foi detido em Gramado, na Serra, cerca de 10 horas após o corpo de Milton ter sido encontrado. Os antecedentes dele somam tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo e corrupção de menores, entre outros delitos.
O suspeito alega ter assassinado o padrasto a golpes de faca. A motivação seria defender a mãe, que, supostamente, sofria violência doméstica. Ele a isentou de qualquer envolvimento no crime.
O delegado Antônio Carlos Ractz enxerga contradições nos depoimentos. Ele afirma não haver registros policiais de agressão e nem relatos sobre violência doméstica entre o casal.