Haddad também anunciou outras medidas para tentar cortar gastos do governo
Durante pronunciamento na noite desta quarta-feira, 27, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou o pacote de corte de gastos obrigatórios e diversas medidas, entre elas, a isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.
A medida deve ser válida já a partir de 2025 e, segundo o ministro, não trará impacto fiscal. “Quem tem renda superior a R$ 50 mil por mês pagará um pouco mais. Tudo sem excessos e respeitando padrões internacionais consagrados” afirmou.
Segundo ele, a medida faz parte da segunda etapa da reforma tributária, que prevê a reforma do Imposto de Renda.
Outras medidas anunciadas pelo ministro:
- Instituição de uma idade mínima para a reserva e a limitação de transferência de pensões, além de outros ajustes;
- Abono salarial será assegurado a quem ganha até R$ 2.640. Esse valor será corrigido pela inflação nos próximos anos e se tornará permanente quando corresponder a um salário mínimo e meio. O ministro prometeu ainda corrigir “excessos” e garantir que todos os agentes públicos estejam sujeitos ao teto constitucional;
- Aprimoramento das regras do orçamento. 50% das emendas das comissões do Congresso passarão a ir obrigatoriamente para a saúde pública, reforçando o SUS;
- Em caso de déficit primário, ficará proibida a criação, ampliação ou prorrogação de benefícios tributários.
Na espera pelo corte de gastos, dólar dispara e atinge maior valor da história: R$ 5,91
As expectativas em relação ao pacote de corte de gastos provocaram um dia de nervosismo para o mercado financeiro. O dólar superou a barreira de R$ 5,90 e fechou na maior cotação da história do Plano Real. A Bolsa de Valores caiu mais de 1,5% e ficou abaixo dos 128 mil pontos.
Com o desempenho de hoje, o dólar acumula alta de 2,27% em novembro. Em 2024, a valorização chega a 21,8%.