Casa de saúde está muito acima da capacidade instalada
O Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha, enfrenta um cenário de superlotação nas últimas semanas, com uma taxa de ocupação que chega a 170%, muito acima da capacidade instalada. A situação preocupa a direção da instituição, que reforça o pedido de compreensão da comunidade e orienta sobre os canais adequados para atendimento em casos de menor gravidade.
A diretora-superintendente do hospital, Janete Toigo, e o médico Asdrubal Falavigna, integrante do corpo clínico, durante entrevista à Spaço FM nesta quinta-feira, 24, alertaram para a superlotação e ressaltaram que o hospital está atendendo prioritariamente casos graves, mas enfrenta dificuldades com pacientes que poderiam ser assistidos em casa ou na rede de atenção básica. “Temos feito um esforço contínuo para garantir atendimento a todos, mas enfrentamos limitações físicas e de equipe. Já comunicamos o Ministério Público e solicitamos à Secretaria da Saúde do município providências para desospitalizar pacientes estáveis que ainda ocupam leitos”, explicou a superintendente.
Janete destacou que o Centro de Saúde, do município, está disponível todos os dias, das 7h30 às 19h30, e deve ser a primeira alternativa para casos de menor urgência. Ela também lembra que o hospital tem acolhido pacientes em situações precárias, inclusive utilizando poltronas para internação, diante da falta de leitos disponíveis. “Já chegamos a mobilizar equipamentos entre andares durante a madrugada para evitar desassistência. Estamos fazendo o possível, mas precisamos do apoio de toda a rede para preservar os recursos do hospital para quem realmente necessita”, justificou.
O médico Asdrubal Falavigna, integrante do corpo clínico do hospital, complementa que o inverno contribui para a elevação do número de atendimentos, especialmente com casos de síndromes respiratórias, AVCs e outras enfermidades sazonais. Ele reforça que familiares devem acompanhar os pacientes com o máximo de informações sobre histórico clínico e medicações em uso. “Muitas vezes, o diagnóstico atrasa por falta de dados básicos. Isso compromete o início do tratamento e prolonga a permanência no hospital”, comentou.
Sobre o tempo de espera no pronto-socorro, o médico explicou que há triagem por gravidade, e os pacientes mais críticos são atendidos com prioridade. “Se alguém está esperando mais tempo, isso indica que sua condição não é urgente. Por outro lado, os casos graves são imediatamente encaminhados ao atendimento emergencial, inclusive com apoio das ambulâncias, que têm trazido vários pacientes todos os dias”, afirmou.
A direção do hospital também pede à comunidade que respeite a privacidade de pacientes e profissionais, destacando que são proibidas fotos e filmagens nas dependências da instituição, conforme previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (Lgpd). “Registrar imagens em ambiente hospitalar expõe quem está sendo atendido e quem está trabalhando, e isso não contribui em nada para resolver o problema. Estamos abertos ao diálogo e comprometidos com o cuidado, mas dentro dos limites legais e estruturais”, destacou Janete.
Ouça abaixo a entrevista na íntegra.