Comissão será formada por 16 senadores e 16 deputados
O senador Carlos Viana (Podemos-MG) foi eleito presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (Cpmi) que vai investigar as fraudes no Instituto Nacional de Seguro Social (Inss). A escolha ocorreu nesta quarta-feira, 20, em disputa contra o senador Omar Aziz (PSD-AM). Viana destacou que o colegiado terá a missão de dar respostas ao povo brasileiro sobre o que ocorreu no órgão. Ele frisou ainda que não há intenção de perseguir gestores atuais ou antigos do Inss.
A comissão será formada por 16 senadores e 16 deputados, além de suplentes, e terá prazo inicial de 180 dias para apuração. O foco principal será investigar descontos irregulares em benefícios previdenciários feitos por associações de aposentados a partir de 2019, fraude que, segundo a Polícia Federal (PF), pode ter causado prejuízos de até R$ 6,4 bilhões ao longo de seis anos.
O deputado federal Mauricio Marcon (Podemos-RS) comemorou a vitória da oposição em entrevista ao programa Spaço Rádio Jornal desta quarta-feira, 20. “Tenho certeza de que o trabalho será feito com credibilidade. Ganhamos a presidência e a relatoria da Cpmi do roubo do Inss. Foi o maior dia da oposição até hoje”, declarou.
Fraudes bilionárias no Inss
Segundo a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), as irregularidades envolvem descontos indevidos em benefícios de cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas, entre 2019 e 2024. O prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões. As investigações apontam que entidades associativas pagavam propina a servidores para obter dados dos beneficiários e aplicar descontos não autorizados. O esquema também contava com empresas de fachada e “laranjas”, usadas para intermediar os repasses.