Decreto com as mudanças foi assinado pelo presidente Lula
O Brasil ampliará a sua representação militar na China a partir de dezembro, com o envio de dois oficiais-generais para a embaixada em Pequim. O general Rovian Alexandre Janjar será o novo adido do Exército e da Defesa, e um contra-almirante assumirá como adido naval. A medida, autorizada por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também prevê a permanência do atual adido da Aeronáutica, além da transformação dos atuais adidos do Exército e da Marinha em adjuntos. Ao todo, serão cinco militares na representação.
A mudança faz parte de um movimento estratégico de aproximação com a China, maior parceiro comercial do Brasil, e ocorre um ano após a visita do comandante do Exército, general Tomás Paiva, ao país asiático. Além da área militar, a embaixada também receberá representantes da Receita Federal e da Polícia Federal, o que levou o Itamaraty a buscar uma nova sede para acomodar a equipe ampliada.
Para o analista militar Paulo Filho, a presença de generais brasileiros em Pequim é um reflexo do atual cenário geopolítico, no qual a China desponta como potência militar em diversas áreas, inclusive cibernética e espacial. Já o professor Maurício Santoro avalia que o Brasil está, simbolicamente, equiparando o relacionamento com a China ao que já mantém com os Estados Unidos, onde também há adidos com patente de oficial-general.
Atualmente, a cooperação militar brasileira é majoritariamente com os EUA e países da OTAN, como França, Suécia e Itália, com acordos envolvendo submarinos, caças e blindados. A presença ampliada na China abre novas perspectivas de diálogo e comércio no setor de defesa.