“Faz-se uma festa, vem 50 pessoas para a missa, 150 para o almoço e 300 para o baile. E a minha pergunta: a igreja existe para baile?”, declara dom Leomar Antônio Brustolin
O arcebispo de Santa Maria, dom Leomar Antônio Brustolin, tomou algumas decisões referentes ao Jubileu 2025 em sua arquidiocese. De acordo com o portal ACI Digital, “a mais contundente”, em nota publicada dia 16 de novembro, “será a postura” de toda a arquidiocese “neste Ano Santo em não promover ‘reuniões dançantes’ nas festas dos padroeiros das comunidades, bem como a não comercialização de bebidas alcoólicas em todos os eventos da Igreja Católica”.
Segundo a Bula do Jubileu da Esperança, a arquidiocese tomou essa decisão para mostrar “que uma nova forma de celebração e valorização da vida é possível e, de modo algum, inclui práticas que destruam a família e a dignidade humana”. Ele também ressaltou que “o Ano Santo é um tempo de graças especiais para todo o povo” e “que ninguém se sinta excluído de participar, antes, está vivamente convidado!”.
Nenhuma igreja vai ter baile
Conforme o ACI Digital, Dom Leomar Brustolin havia declarado no dia 20 de outubro, durante uma missa em Restinga Sêca que “o pessoal tá andando errado, eu vou deixar eles fazerem o que querem?! Não!”.
“Faz-se uma festa, vem 50 pessoas para a missa, 150 para o almoço e 300 para o baile. E a minha pergunta: a igreja existe para baile? E vão falar sério, os que mais vem é a terceira idade, os idosos. Com umas músicas bagaceiras, que eu morro de vergonha, não, não é?! Por aí fazem festa domingo à tarde, dá briga vai parar na delegacia e o delegado veio falar para mim: mas bispo, a Igreja Católica fazendo baile, vendendo cerveja? Tudo bêbado lá brigando, se soqueando. O senhor não tem vergonha bispo? Vergonha eu tenho, mas eu aguento. É os filhos que eu tenho. Você acha que isso aí lhe vai dar mais dinheiro do que trazer famílias e crianças? Nós somos para valorizar a família, não a bagunça, a sem vergonhice, não há violência”, disse o arcebispo na época.
Depois que este vídeo repercutiu nas redes sociais, o clero da arquidiocese de Santa Maria aprovou no dia 6 de novembro uma nota de apoio a dom Brustolin, no qual ressaltou que “essa decisão é de toda a arquidiocese de Santa Maria” e que o “arcebispo dom Leomar não tomou uma decisão autoritária”.
“Mas, que se trata verdadeiramente de uma expressão clara de uma fé madura e comprometida com os valores do Evangelho que pregamos em todas as celebrações de nossas comunidades. Entendemos que esta medida visa preservar a sacralidade e o verdadeiro espírito de comunhão das celebrações religiosas, evitando que práticas sociais possam comprometer o foco espiritual e o testemunho de fé que essas ocasiões representam”, frisaram.