Projeto que busca proteger símbolos do Estado será votado nesta terça-feira; já parlamentares da bancada negra desejam mudança do trecho “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”
Na sessão deliberativa desta terça-feira, 4, os deputados estaduais devem retomar o processo de apreciação em 1º turno da Proposta de Emenda à Constituição que trata da proteção dos símbolos do Estado.
Proposta pelo deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) e outros 19 parlamentares, a PEC visa tornar “protegidos e imutáveis em sua integralidade” os símbolos do Estado, como o hino. Ela começou a ser discutida na sessão da última terça-feira, 27, mas não houve quórum para concluir o processo de votação.
Parlamentares de esquerda e da bancada negra na Assembleia Legislativa acusam racismo no verso “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”, pois consideram que não foi a falta de virtude que fez os negros serem escravizados. Para defensores da cultura gaúcha, “ser escravo” se refere a submissão territorial na Guerra dos Farrapos, quando a República Rio-Grandense lutava para manter sua independência do Império do Brasil.
Em 2021, o deputado Luiz Fernando Mainardi (PT) manifestou interesse em apresentar um projeto alternado o verso para “povo que não tem virtude acaba por escravizar”. O assunto gerou polêmica e o parlamentar não levou a proposta à frente.