Deputado critica decisão de Moraes contra Bolsonaro e alerta para risco de sanções internacionais ao Brasil
Em entrevista concedida à Spaço FM nesta sexta-feira, 18, o deputado federal Mauricio Marcon (Podemos) fez duras críticas à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que impôs o uso de tornozeleira eletrônica ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Marcon, a medida representa mais um passo rumo à “destruição das instituições democráticas” no país e integra um processo de “perseguição política”.
Para o parlamentar, o Congresso Nacional tem sido sistematicamente desrespeitado por decisões monocráticas do Judiciário, que anulam leis aprovadas com ampla maioria nas duas casas legislativas. “Hoje, o Congresso é um figurante de luxo”, afirmou Marcon, citando episódios como a suspensão de normas aprovadas sobre o IOF.
Marcon comparou o cenário político e econômico do Brasil ao da Venezuela, alertando para o risco de sanções internacionais, especialmente dos Estados Unidos, como resposta à postura do governo Lula nas relações internacionais. Ele mencionou a possibilidade de tarifas de até 100% sobre produtos brasileiros, o que, segundo ele, pode provocar “uma quebradeira geral” no setor produtivo nacional.
“Hoje o mundo vê o Brasil como um país tomado por uma ditadura judicial”, afirmou o deputado. “Se seguir nessa linha, o país pode sofrer com sanções similares às impostas a regimes autoritários.”
O parlamentar também apontou a aproximação do governo brasileiro com países como Irã e Venezuela como um fator que agrava o isolamento internacional. Marcon disse não ver perspectiva positiva para a economia brasileira nos próximos meses e culpou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros do STF pela crise institucional e econômica.
Ao comentar os impactos imediatos das sanções comerciais impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump, Marcon afirmou que o setor industrial brasileiro pode perder mais de 100 mil empregos, citando estudos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele também insinuou que novas sanções pessoais — por meio da chamada Lei Magnitsky, usada pelos EUA para punir violações de direitos humanos — podem atingir ministros do STF e até o Procurador-Geral da República.
“O único país do mundo que não negociou com os Estados Unidos foi o Brasil de Lula e Alexandre de Moraes. Será que está todo mundo errado e nós estamos certos?”, questionou.
Por fim, o deputado advertiu que a crise atual pode aprofundar o desemprego, a pobreza e a miséria no país, especialmente se o governo federal não rever suas alianças internacionais e sua conduta interna. Ele concluiu com um apelo à população, sugerindo que o tempo para reagir está se esgotando: “Quando faltar comida na mesa, pode ser tarde para ir às ruas”.