Polícia Civil trata caso como legítima defesa; Brigada alega que homem investiu contra policiais
Um agricultor identificado como Valdemar Both, de 53 anos, foi morto a tiros durante abordagem da Brigada Militar (BM) em ocorrência de suposto crime ambiental, no interior de Santa Maria, na terça-feira, 1º.
Segundo a Brigada, Both estaria com um machado e teria reagido à abordagem, que aconteceu no distrito de Palma. Por causa disso, os policiais militares atiraram contra ele, alega a corporação. A abordagem policial foi registrada em vídeo (Confira abaixo).
Both cortava lenha no galpão de sua propriedade, e estaria vendendo o produto sem autorização, o que motivou a suspeita de crime ambiental. A BM instaurou um procedimento para apurar o caso e os dois policiais envolvidos na ocorrência foram afastados preventivamente. A Polícia Civil abriu inquérito e trata o caso como legítima defesa.
No vídeo, é possível ver o galpão onde a lenha era cortada, a viatura, e ouvir Both questionando de ser impedido de trabalhar pelos policiais. O agricultor grita com os policiais. Uma policial mulher aparece correndo. É possível ouvir um primeiro tiro de arma de fogo e outros dois tiros logo em seguiu. Both cai no chão e um dos policiais sai do galpão segurando uma arma de fogo. Em seguida, outro brigadiano aparece.
De acordo com o advogado da família, Both comprava eucalipto para fazer lenha e revender, o que é permitido. Ele afirma também que equipamentos, como as motosserras, eram legalizadas.
Segundo a BM informou, em nota divulgada nesta quarta-feira, 2, dois policiais do 2° Batalhão Ambiental estavam em patrulhamento na zona rural, quando depararam com a propriedade de Both, às margens da Estrada do Radar, que processaria e comercializaria produtos de “origem florestal”, principalmente lenha. Durante a fiscalização, foi detectada uma serra circular e motosserras, bem como grande quantidade de madeira e lenha no local. O Comando Ambiental diz que Both não possuía licença ambiental obrigatória para esse tipo de atividade.
A guarnição também teria constatado que as motosserras não tinham a devida licença de porte e uso. “Fatos esses que tipificam crimes ambientais previstos em lei”, diz a nota.
Ainda conforme a Brigada, as motosserras teriam de ser apreendidas para posterior regularização. Ao saber disso, “iniciaram-se as hostilidades que infelizmente culminaram com o óbito do senhor que estava sendo fiscalizado”, informa a nota.