Embalagens dos produtos impróprios são parecidas com as de marcas tradicionais
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a fabricação, comercialização, distribuição e venda de três marcas de café em pó após identificar irregularidades graves nos produtos. As marcas Melissa, Pingo Preto e Oficial foram alvo da medida após análises constatarem a presença da toxina ocratoxina A — substância tóxica e imprópria para o consumo humano. A decisão foi publicada após inspeções conjuntas com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que já havia considerado os produtos inadequados para o consumo. Além da toxina, os cafés apresentavam matérias estranhas, impurezas e falhas na rotulagem.
Apesar de informarem na embalagem que continham “polpa de café” e “café torrado e moído”, as amostras analisadas continham ingredientes de baixa qualidade, como grãos crus e até resíduos da lavoura. Por isso, os produtos são classificados como “café fake”.
Segundo o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Mapa, Hugo Caruso, as marcas não utilizavam grãos de café na composição. “Esses produtos são feitos com lixo da lavoura. Não se trata de café”, afirmou. A resolução da Anvisa já está em vigor e os lotes dos produtos devem ser recolhidos do mercado imediatamente. A agência reforça que o consumo desses itens representa risco à saúde.