Vereador alega perseguição política e opina que está recebendo punição maior que bandidos
O vereador de Caxias do Sul, Sandro Fantinel, participou do programa Fim de Expediente desta terça-feira, 24, para comentar sobre a sua condenação pelas falas sobre os trabalhadores baianos resgatados em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves, em 2023.
O parlamentar foi condenado a três anos de reclusão, perda do cargo público e pagamento de R$ 50 mil de indenização pelo crime de “induzir e incitar a discriminação e o preconceito de procedência nacional”, no caso, contra o povo baiano.
Fantinel alega que a sua condenação é movida por perseguição política. Ele ressalta que admite seu erro e concorda que é necessária uma punição, mas define que o tratamento que a Justiça deu ao seu caso foi desproporcional, salientando que há criminosos que cometeram atos violentos e sofreram punições mais brandas que a suas. “Se você colocar as condenações desses criminosos, se você colocar a velocidade do processo, você encontra uma lacuna infinita. Nós vemos pessoas que matam, estupram, traficam, e que fica seis, sete anos rolando o processo para ser julgado. Aí o Fantinel cometeu uma coisa errada, expressou palavras que não deveria expressar, em um momento conturbado, e que não teve intenção de ofender ninguém. Hoje estou recebendo uma pena que tem bandido que não recebe por ter proferido algumas palavras. Vejo gentes cometendo crimes 10 vezes piores que o meu, pagando com 30 dias de serviço comunitário, 20, 30 cestas básicas e tá tudo certo. O Fantinel é três anos de condenação, mais uma multa de R$ 50 mil e, pra eles, isso é justo”, comenta.
O vereador também identifica questão ideológica em sua condenação. “O problema não é o que se fala, é quem fala, essa é a realidade do nosso país. Não é o que você falou, é quem falou”. Ele elenca falas preconceituosas citadas por outras pessoas contra gaúchos e destaca que é perseguido por ser contra a esquerda. “Se o Fantinel fosse do PT, não teria problema nenhum. Teria dado duas cestas básicas e tudo certo”, comenta.
Fantinel reforça que a condenação não é justa e salienta que, temendo pelo futuro do país, por conta de perseguição, pensa em deixar o Brasil. “Estou pensando seriamente em novamente deixar o país. Porque não tem mais condição de se viver em um país onde o ‘Pedro’ tem todos os direitos, faz o que quer, diz o que quer, quando quer e não acontece nada. E sendo o ‘João’, se ele só abre a boca ele vai preso. Não se pode mais viver em um país desse, eu não tenho mais condições”, pontua. Assista no vídeo abaixo: