Suspeita é que mulher envenenou as filhas
Foi encerrada a investigação sobre a morte das gêmeas Manuela e Antônia Pereira, seis anos, em Igrejinha, no Vale do Paranhana. A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira, 11, que o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário. A mãe das crianças, 42 anos, foi indiciada por duplo homicídio.
A suspeita dos investigadores é que a mãe tenha envenenado as filhas, mas ainda não há resultado do teste toxicológico das vítimas. O caso aconteceu em outubro, quando as gêmeas morreram em um intervalo de oito dias. A mãe das crianças foi presa temporariamente, no dia 16 do mesmo mês.
O corpo de uma das meninas foi exumado em 12 de novembro, por conta da possibilidade do Instituto-Geral de Perícias (IGP) encontrar traços de veneno no estômago da menina. A ideia é comparar o material do cadáver com um pedaço de tecido biológico, mantido na sede do órgão na Capital.
Conforme a polícia, mesmo sem a conclusão da perícia, o indiciamento resulta do conjunto de elementos colhidos na investigação. Foi levado em conta o depoimento de familiares, como o relato da irmã mais velha das vítimas, que teria dito que os pais tinham histórico de brigas e que a mulher teria assassinado as meninas como vingança contra o companheiro.
Outro fator que consta no inquérito foi o parecer dos médicos do Hospital Bom Pastor, onde as gêmeas foram atendidas. A equipe constatou que nenhuma delas tinha marcas de agressão no corpo, mas as duas espumavam e tinham sangramento na boca, o que indicaria que houve envenenamento.
A mulher estava presa temporariamente e o prazo de detenção expiraria nesta quarta-feira, mas a Justiça converteu a ordem em prisão preventiva. A mulher está recolhida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba, na Região Metropolitana. O pai das gêmeas não é investigado.
A mulher já havia perdido outro filho do casal, um jovem de 22 anos, em 2020. Ele teria envolvimento com a venda ilegal de drogas, e foi assassinado em Santa Maria, no contexto de disputas do tráfico. O depoimento dos parentes dá conta que a mãe passou a culpar o companheiro pelo ocorrido.
Somado a isso, ela havia passado o mês anterior a morte das gêmeas em uma internação compulsória. A avaliação médica indicou que a mulher tinha desejos de morte e chegava a sofrer alucinações.
A mãe das crianças nega a autoria do crime. Em nota, o advogado José Paulo Schneider, que representa a defesa da indiciada, disse que não teve acesso integral ao inquérito. O comunicado alega que a mulher foi agredida por agentes públicos após a prisão, adicionando também que não há provas técnicas que a incriminem.
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